TDAH é Genético? Entendendo as Causas e Explorando Soluções
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18/06/2024O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é uma condição neuropsiquiátrica complexa, caracterizada por uma série de alterações neuroquímicas e anatômicas cerebrais. Compreender como funciona o cérebro de quem tem TDAH é fundamental para entender as dificuldades enfrentadas por esses indivíduos, bem como para o diagnóstico e tratamento adequados. Este artigo visa explorar as regiões cerebrais afetadas pelo TDAH e o impacto dessas alterações no comportamento e na cognição.
Alterações nas Regiões Cerebrais Associadas ao TDAH
O cérebro de quem tem TDAH apresenta particularidades em diversas regiões, afetando diretamente a capacidade de planejamento, organização, execução de tarefas e atenção. Uma das principais áreas afetadas é o córtex pré-frontal, que se divide em dorsolateral, relacionado à memória de trabalho e execução de tarefas, e ventromedial, associado à tomada de decisões e planejamento estratégico. Essas funções são essenciais para a realização de atividades cotidianas de maneira eficiente e autônoma.
Além do córtex pré-frontal, o córtex parietal também desempenha um papel crucial na regulação da atenção e na capacidade de focar em detalhes, sendo outra região cerebral impactada pelo TDAH. A atenção é um componente chave para evitar erros por descuido e para a manutenção da concentração em tarefas que exigem um esforço cognitivo contínuo.
As áreas subcorticais, como o córtex cingulado e os gânglios da base, também são afetadas pelo TDAH. O córtex cingulado está envolvido com comportamentos afetivos e cognitivos, influenciando diretamente o controle executivo e a modulação do afeto em relação às atividades diárias. Já os gânglios da base, que incluem o núcleo accumbens Humano (Acc) é a principal estrutura do Estriado Ventral. Constitui uma interface límbico-motora e tem um papel central nos circuitos de recompensa cerebral, cumpre funções emocionais, motivacionais e psicomotoras;
o núcleo caudado e o putâmen, estão associados à regulação do prazer, à motricidade e à impulsividade, elementos frequentemente alterados em indivíduos com TDAH.
Estudos de neuroimagem têm demonstrado alterações em outras estruturas cerebrais em pessoas com TDAH, como a amígdala e o cerebelo. A amígdala está fortemente ligada a emoções como ansiedade, medo e preocupação, enquanto o cerebelo está envolvido em funções motoras e no equilíbrio. Essas alterações estruturais e funcionais contribuem para a complexidade dos sintomas do TDAH e para a comorbidade com outros transtornos psiquiátricos, como ansiedade e depressão.
Alterações Neuroquímicas no TDAH
O TDAH é caracterizado por uma disfunção na regulação de neurotransmissores, principalmente a dopamina e a noradrenalina. A dopamina, conhecida como a substância do prazer, da atenção e da concentração, apresenta uma modulação atípica no cérebro de quem tem TDAH, com uma distribuição desequilibrada entre as regiões pré-frontais e o núcleo accumbens. A noradrenalina, por sua vez, está relacionada à concentração, atenção e controle de impulsos, e também sofre desregulação nesse transtorno.
Além desses dois neurotransmissores, o glutamato e o GABA, que são responsáveis por funções excitatórias e inibitórias no cérebro, respectivamente, também estão desequilibrados no TDAH, afetando a capacidade de excitação e inibição em resposta a estímulos externos e internos.
Entender como funciona o cérebro de quem tem TDAH é um passo crucial para a compreensão das dificuldades enfrentadas por esses indivíduos. As alterações nas regiões cerebrais e nos neurotransmissores afetam diretamente a capacidade de planejamento, organização, execução de tarefas, atenção e controle de impulsos. Este conhecimento é essencial para o desenvolvimento de estratégias de tratamento eficazes e para o apoio adequado às pessoas com TDAH. A complexidade do TDAH exige uma abordagem multidisciplinar e personalizada, que considere as particularidades de cada caso.